2007-12-26

ALfredo Poeiras

Na sua versão completa o comentário está na caixa do post anterior mas para não ficar lá escondido trago-o para aqui. Para equilibrar os comentários da carta abaixo exposta. Afinal o comentário do Alfredo Poeiras é o de um operário-artista ou vice-versa da Marinha Grande e em termos de operariado e lutas operárias a Marinha Grande desde a revolta dos anos trinta que pede meças a qualquer terra operária incluindo o Barreiro!
Eis uns extractos do texto:

"O Pai Natal é um bacano, tinha-lhe pedido o teu livro, e ele não fez por menos...

«...Sou operário vidreiro, fui militante do Partido e da UJC/JCP durante alguns anos fui membro da Comissão Central.
Também passei por Moscovo, não pela escola do Konsomol, mas pelo Instituto de Ciências Sociais, em 1979.
Faço parte do imenso grupo anónimo que ao longo dos anos saiu do partido por não concordar com muitas das situações que tu consegues descrever neste livro.
Saí ainda antes do fim da URSS, o que aconteceu, só não era visto por quem não queria ver.
Mas lamento, quem ficou a ganhar foi o Capitalismo.
Até há pouco tempo tinha apenas a 4ª classe, o ano passado fiz o 9º ano no processo do RVCC [Novas Oportunidades] neste momento estou a tentar fazer o 12º no mesmo processo.
Estou a escrever isto porque, num dos trabalhos que já fiz. inclui este meu pensamento:
"Ao acabar este trabalho, não sei se consegui, transmitir toda a minha experiência e todas as minhas vivências, no entanto, continuo a acreditar que a luta de classes, terá sempre que ser vista, como o motor de desenvolvimento da sociedade. Não acredito que a sociedade Capitalista seja o fim, haverá sempre quem queira uma sociedade mais justa e fraterna, com menos desigualdades sociais, onde os senhoras da guerra, não tenham o poder de decidir o futuro da humanidade, onde o homem não seja o explorador de outro homem.»
...
Um abraço Alfredo Poeiras
25 de Dezembro de 2007